segunda-feira, 5 de junho de 2017

Como formamos as nossas crenças?



O nosso cérebro possui cerca de 100 mil milhões de células nervosas, os neurónios, e cada neurónio tem entre 1.000 a 10.000 sinapses, ou seja, locais onde se ligam a outros neurónios.

Importante é reter que os neurónios usam estas sinapses para formar redes de neurónios, e que cada uma dessas redes representa um pensamento, memória, habilidade, informação… etc. 

Estas redes interligam-se umas com as outras por associação: “Maçã” liga-se à rede de “Fruto”, à rede de “Vermelho”, à de “Gostoso”, à de “Redondo”, etc., como aliás todos teremos percepção, todos sabemos que a memória é associativa.

Assim, uma pergunta se impõe: como são formadas estas redes e como acedemos à nossa memória, como valorizamos os dados que armazenamos?

Vejamos: Se fomos mordidos por um cão, o nosso cérebro vai memorizar (fazer a rede) do conceito “cão” usando associações próprias negativas (dor, perigo, raiva, medo…) 

Pelo contrário, uma pessoa que teve um cão por companheiro vai memorizar o conceito “cão” usando associações positivas (brincadeira, amor..)

O que podemos depreender daqui? Pois é… “cão” poderia ser um conceito objectivo mas não o é para a nossa memória, e portanto percebemos que aquilo que o cérebro memoriza são informações subjectivas ou pseudo-informações. Ou seja, as nossas experiências ditam as redes neuronais que formamos, quer elas sejam subjectivas ou objectivas. Certo? 

Mas, para complicar ainda mais, estas redes também são alimentadas pelas experiências alheias em que acreditarmos. Ou seja, eu posso nunca ter sido mordida por um cão mas se o meu primo foi, ou se ouvi ou li muitos relatos desse tipo, eu farei exactamente a mesma rede negativa e sempre que me lembrar da palavra “cão” será inevitável que acrescente valor negativo à minha rede, aumentando significativamente o meu medo pelos cães. 

Sim, reforço a ideia: o simples pensamento aumenta a rede exactamente da mesma forma!… Hummm, já reparou bem no poder do pensamento?

Mas importa então perceber como valorizamos os dados ou seja, como funciona o nosso processo de memória, E - pasme-se! - funciona apenas pela quantidade de informação de que dispõe a rede… e é precisamente isto que é importante percebermos. A memória é “preguiçosa” e valoriza a facilidade com que acede à informação, e por isso aquilo que ouvimos mais vezes torna-se a nossa verdade e a nossa realidade. (excepção com algumas experiências emocionais em que a qualidade vai suplantar a quantidade) 

Costumo dar um exemplo simples: se eu for a um armazém onde existem 1.000 kgs de açucar e apenas um de arroz, por certo eu não vou encontrar o arroz… 

Onde quero chegar com toda esta conversa? É que nós somos “formatados” por muitas ideias e experiências que nem sequer foram nossas, mas que condicionam a nossa vida, prejudicando-nos. Como podemos alterar esta situação?

Pois… se as nossas redes neuronais funcionam pela quantidade… só nos resta aumentar MUITO a rede neuronal positiva e contrária à ideia que queremos erradicar da nossa vida. Ou seja, se eu levei anos a ouvir e a repetir que sou fraca, agora preciso repetir exaustivamente a mim própria que sou forte. E não se iludam, esta repetição deve ser mesmo exaustiva, tipo mantra que repetimos de manhã à noite até alterar a nossa percepção.

(A propósito, estão a perceber o erro em que caímos quando aceitamos e integramos a ideia de doenças hereditárias??? )

Há dias fiz uma publicação, baseada em Joseph Murphy, em que se falava do poder criador do nosso subsconsciente, lembram-se? Ele cria para nós exactamente o que são as nossas crenças profundas. E as nossas crenças profundas são o resultado destas redes neuronais…

Bora lá ter pensamentos positivos? Mesmo muitos???
Bora lá substituir os pensamentos antigos?


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